DF-Edificando um discipulador forte - I

Escrito em 07/03/2024
Edimilson B.da Conceição

1 - NA PRÁTICA, QUEM É O DISCIPULADOR? (SUPERVISOR)

Segundo o Pr. Aluízio Silva, em seu livro O lugar do Supervisor:

  • discipulador é um líder de célula que multiplicou suas células diversas vezes e, agora, supervisiona (acompanha, inspeciona, monitora, observa, vistoria, analisa, avalia) uma quantidade “xis” de células, de acordo com sua capacidade e disponibilidade de tempo. A princípio, ele pode realizar o trabalho de supervisão enquanto ainda lidera sua própria célula. Anteriormente, chamávamos o discipulador de supervisor, porque esta é sua principal função: supervisionar as células e zelar para que a visão não se degenere.
  • Um bom discipulador deve estar totalmente comprometido com a visão da igreja local e ser um com sua liderança e com os irmãos que Deus tem colocado a seu lado. Sem esse compromisso, não conseguirá desenvolver seu ministério.
  • Outro pré-requisito é ter uma vida santa, irrepreensível e consagrada ao Senhor, expressando um coração ensinável, transparente e submisso. Um discipulador, assim como todas as pessoas que exercem liderança na casa de Deus, precisa ser exemplo de caráter, transparência, submissão e obediência à Palavra. Ele deve reconhecer a autoridade e submeter-se a ela, sabendo que “não há autoridade que não proceda de Deus” (Rm 13.1). Um discipulador deve buscar submeter-se de coração e não apenas por obrigação. Como homem de Deus, ele também deve andar na luz e não ocultar coisa alguma de seu caráter, bem como estar disposto a ser corrigido e aprender sempre, aceitando com humildade a exortação. 
  • Outro pré-requisito para exercer a função de discipulador é ter uma prática diária de oração, leitura bíblica e jejum semanal. Essas são práticas vitais para todo crente, mas devem estar presentes de forma mais sistemática na vida daqueles que estão em posição de liderança. É através dessas disciplinas espirituais que o discipulador alcançará maior intimidade com Deus, aumentará sua consagração a Ele e receberá direção, força e sabedoria para desempenhar seu ministério junto aos irmãos, podendo também exercer seu papel de intercessor, colocando-se na brecha diante do Senhor em favor dos líderes e de suas células.”

Os trechos acima apresentam um perfil para o discipulador. Não pretendemos replicar o livro citado, no entanto recomendamos a sua leitura. Nossa intenção é apresentar pontos para a prática cotidiana do discipulador. Então, vamos falar sobre a supervisão.

2 - A SUPERVISÃO

A visita à célula não deve ser feita sem um propósito por parte do discipulador ou, quando for o caso, do líder de rede ou pastor. Por isso, estamos falando de visitas de supervisão. Essas visitas, para nós do Ministério Batista da Paz, ocorrem em ciclos mensais (a cada mês), nos quais o discipulador deve visitar cada uma das células sob sua responsabilidade pelo menos uma vez ao mês. A recomendação para os nossos discipuladores é que liderem até 4 líderes, em casos excepcionais 5. Um mes representam 4 a 5 semanas e, como nossas células ocorrem às segundas, terças, sextas e sábados, cremos que é tempo suficiente para discipuladores que possuam até 4 células realizarem essas visitas. É importante observar quando falamos de 4 células, algo que possibilita ao discipulador acompanhar apenas uma célula e um líder por semana, fazendo com que de maneira muito tranquila, ele acompanhe e supervisione toda a sua equipe, sem deixar ninguém para trás. E desta forma, acreditamos que um discipulador vai conseguir atender bem a 4 ou 5 células.

Algo muito importante que todo discipulador deve observar ao visitar uma célula, é de não ocupar o papel do líder. Ele poderá interagir durante a visita a reunião, mas deve ter o cuidado de fazê-lo sem tomar a direção dela das mãos do seu líder ou mudar todo o roteiro que fora estabelecido anteriormente no planejamento dele para aquela noite. O discipulador deve ser um bom ouvinte e um bom OBSERVADOR. Deve estar em espírito de oração durante a reunião, intercedendo para que haja um mover sobrenatural naquela reunião e que todos, inclusive ele, possam sair dali enriquecidos no Senhor. O discipulador não deve representar uma ameaça para o líder, mas deve ser uma visita esperada por ele ansiosamente, pois sabe que sempre há da parte de Deus a intenção de usar o discipulador como uma ferramenta de edificação para ele e os membros da célula. O discipulador não deve informar aos seus líderes o dia em que fará a visita, pois a ideia é verificar como a célula comporta-se normalmente e também verificar como tudo foi preparado para aquele momento. Evita-se informar o dia da visita ao líder da célula para que ele e os membros não caiam no erro de “mascarar” a reunião, tendo um capricho que geralmente não ocorreria se eles não soubessem da visita do supervisor. Cremos, que esse triste quadro deve ser evitado, e acreditamos também que nossos líderes estão prontos para serem visitados a qualquer momento em que haja a reunião de suas células.

Problemas e demandas na célula são de responsabilidade do discipulador em buscar a devida solução dos mesmos dentro da célula e não o líder. Literalmente, TODO PROBLEMA que envolva a célula ou membro da célula, é atribuição do discipulador supervisor tomar ciência da situação e chamar para si a responsabilidade de resolver tal situação. Pois o papel do líder é essencialmente de fazer a célula acontecer, sendo criativo, dinâmico, forte, disciplinado e visionário. Esta é a causa maior do porque precisamos de uma supervisão eficiente junto a cada líder e a cada célula, para que nenhum líder se desfoque de sua principal atribuição que é liderar, para estar aplicando tempo e energia resolvendo problemas de membros e da própria célula.

Uma supervisão envolve vários aspectos, que incluem desde o caminho percorrido para chegar até a célula; passando pela forma como as pessoas são recebidas; tendo atenção para o relacionamento entre o líder e os membros da célula e dos membros entre si. Depois disso, há as etapas ou partes da reunião da célula que precisam também serem observadas.

Mas porque devemos supervisionar as células? De forma simples, podemos dizer que isso deve ser feito com o fim de preservar o DNA das células do Ministério Batista da Paz. Para que isso ocorra, sempre que necessário, o supervisor após uma visita entrará em contato com o líder da célula, seja durante o tempo do lanche ou num tempo de discipulado, para motivá-lo, corrigi-lo e treiná-lo novamente, ainda que em um aspecto. Todas as etapas da célula são importantes e devem ser consideradas no momento da supervisão.

O supervisor deve empregar um olhar de amor e graça em sua supervisão. Ele deve ver os líderes que caminham com ele como Jesus via os seus discípulos: SEM CONDENAÇÃO. Eles devem se sentir amados, cuidados e valorizados por seu discipulador, pois há uma mútua honra nesse relacionamento, que pela graça, tornou-se possível por causa do Senhor. Quando há esse entendimento para ambos, ou seja, o discipulador entende que é um privilégio em Deus caminhar com esses líderes e os líderes entendem que é um privilégio em Deus serem liderados por esse discipulador, cremos, que os corações tornam-se abertos para, inclusive, serem corrigidos quando for necessário. E quando a atitude é essa, um ambiente de graça, lealdade e honra é gerado. O resultado disso é uma equipe de líderes bem cuidados e que cuidam de suas células com o mesmo amor e encargo. 

Então, o que podemos e devemos observar durante a visita de supervisão à célula? Muitas coisas! Porém, como saber o que observar?

Isto dependerá da sequência de visitas que uma célula recebeu ao longo do ano e do tempo em que aquela célula está junta e sendo acompanhada pelo mesmo supervisor. Uma célula deveria receber de seu discipulador, pelo menos, 9 visitas de supervisão por ano, se ele cumprir os ciclos mensais de visitação - no entanto, em épocas de férias no meio do ano e no período do fim de ano, devido a calendários pessoais e eclesiásticos, nem sempre, todos conseguem cumprir as escalas que eles mesmo prepararam.

No caso de uma célula que acabou de multiplicar, o discipulador deverá preocupar-se com aspectos mais básicos do andamento da mesma. Nestas circunstâncias, entendemos que não é necessário em uma visita ser muito rigoroso em sua avaliação da nova célula, mas caso o discipulador consiga fazer isso, poderá ser muito bom. Todavia, ele sempre deve lembrar que não está indo à reunião apenas com o intuito de encontrar erros ou falhas. O objetivo será sempre a edificação daquele líder e, como consequência, a edificação da célula, além da interação com os irmãos. Isso é muito enriquecedor para o discipulador e para cada um deles.